Da janela
Da Janela vejo a rua, vejo os carros que por ela passam. Vejo o transito se formar e em seguida se desfazer, como mágica. Vejo ônibus, carros, caminhos. Vejo gente o tempo todo. Vejo os pássaros voando entre as arvores, vejo o vento balançar os galhos e levar as folhas. Vejo o Sol a Lua, vejo as nuvens e chuva, vejo que o tempo esfriou ou esquentou bem aqui da janela. Vejo tudo. E ai esta o grande problema: vejo tudo. E apenas vejo. Não sinto, não escuto, não sou influenciado pela mudança de temperatura, ou pelo clarear e escurecer do céu. Estou sempre aqui, 25C e luz constante. Não sinto o calor do dia nem o frio da noite. Não sinto o vento, que leva as folhas, em meu rosto. Não escuto o canto dos pássaros nem a conversa das pessoas. Não escuto o barulho dos carros e sua buzinas. Não sinto nem escuto nada. É como se eu existisse e não vivesse. É como se eu não estivesse aqui. Como se nem os carros, nem as pessoas, nem o vento, nem as folhas existissem de verdade, fossem ap