Foi legal ter alguém como você. Exatamente como você. Poder sentar-se à mesa de um bar, falar sobre a vida sem filtro. Trocar ideias, histórias e experiências. Falar de sonhos, desejos, futuro. Tudo isso com olhar atento e cuidadoso. Será que foi aí que me iludi? Se sentir segura hoje em dia é coisa rara. E apesar de tudo, era o que eu pensava quando estava com você – lugar seguro. Posso dizer o que eu quiser, sem julgamentos, sem medo. Será que foi aí que eu errei? E mesmo depois de trocar no campo das ideias, na hora de falar com o corpo era sempre intenso. Bom, interessante, vivaz. O desejo sempre esteve presente, mesmo depois das descobertas mais malucas. E era quente. Gostoso. A gente brincava de se satisfazer. Foi aí que eu me perdi. Achei que fosse diferente. Achei que eu poderia confiar no que eu sentia, no que meus olhos viam quando cruzavam os seus. Mas ao invés de rio, era garrafa de água do lado da cama. Fazer carinho na barba e seguir a linha das suas marcas. Des...
Ela partiu. Fez o que gostaria de ter feito desde que viu uma estrada pela primeira vez na vida. Sem rumo, sem prazos, sem explicações. Sentiu o vento batendo forte em seu rosto e teve a certeza de que essa foi a melhor decisão que ela já havia tomado em toda a sua vida. Alguns trocados no bolso, três mudas de roupa na mochila e infinitas possibilidades. A estrada sempre a fascinou. A possibilidade de encontrar o desconhecido ainda mais. A ideia de ter a linha do horizonte como único ponto fixo a sua frente a fazia acreditar que poderia ser qualquer coisa. Sentia-se livre. Queria conhecer o mundo, queria conhecer pessoas, histórias. Queria conhecer. Queria saber o sentido das coisas, entender o motivo de tudo. Se perder pelo mundo era, para ela, a melhor maneira de se encontrar. Apenas foi. Foi viver aquilo que estava escrito em sua história desde sempre. Deixou pra trás aquela vida que não parecia ser dela. Deixou para trás o medo e a insegurança que não permitiam que ela fosse livr...
Com a tartaruga as coisas são diferentes. Bem mais lentas. E isso não é necessariamente ruim. Quando as coisas vão um pouco mais devagar conseguimos prestar atenção em cada detalhe. Isso é bom, ainda mais com essa vida corrida, que em alguns momentos não nos deixa nem respirar. É bom observar as cores, saber ao certo o significa cada sentimento, enxergar a beleza que há em cada segundo das nossas vidas. Estava pensando sobre isso um dia desses e cheguei à conclusão de que, às vezes, somos como as tartarugas. Já experimentou tentar fazer carinho em uma tartaruga? Se você vai muito rápido, ou de forma brusca, ela se encolhe para dentro do casco. E não há nada que você possa fazer em relação a isso. Você precisa conquistar sua confiança, mostrar que não vai machucá-la, para que ela estique o pescoço novamente. Só então você pode avançar. É uma relação de confiança. Você mostra que não vai causar nenhum dano, ela permite sua aproximação. Simples assim. Agora você entende, não é? Benditas...
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