O Jantar...


Conheço um cara que gosta de marcar jantares. A mesa é sempre farta e, em sua grande maioria, está rodeada por muita gente. E isso é normal, pois, apesar de muitos não gostarem dele, ele é um cara popular.

O curioso de tudo isso é que, geralmente, nos jantares em que ele participava, quando olhávamos para os lados não víamos artistas famosos, ou estrelas do futebol. Não víamos jornalistas bem sucedidos que trabalhavam na globo, ou pessoas influentes na política. O que víamos em volta da mesa eram prostitutas, enfermos, ladrões, cobradores de impostos, pescadores, marginalizados. Víamos aqueles que geralmente só seriam vistos se fossemos a periferia da periferia. E o que mais chama a atenção é que não eram aqueles jantares comunitários só para mostrar que ele ajudava os pobres e necessitados porque queria concorrer as próximas eleições, sair nas colunas sociais da Caras, da veja, ou em reportagens sobre solidariedade.

Naquele tempo, muito mais do que hoje, quando você chamava alguém para um jantar não estava apenas dizendo: “Ei, tenho bastante comida, tá a fim?” ou “Estou com dó de você, coitadinho. Quer um pouco de comida?”

Quando alguém convidava uma pessoa para o jantar, queria dizer ”Quero ser seu amigo. Seu verdadeiro amigo, para todas as horas”.  E isso era o que deixava aqueles que se consideravam “a elite” do momento “P” da vida. Por que, aquele que conseguia trazer multidões, que operava milagres, que podia ter o que quisesse se contratasse um RP de qualidade e uma boa equipe de marketing da época, continuava, por onde passava, a se reunir com aqueles que não lhe traziam benefício algum, que não o impulsionariam a chegar mais longe.

O motivo disso tudo é simples...

Jesus “se amarra em maltrapilhos” e foi exatamente por eles que um dia ele foi sacrificado. Foi exatamente por esses, pelos quais a sociedade de antigamente, e (mesmo negando) a sociedade de hoje, que se gaba de ter uma “cidadania inclusiva”, projetos sociais e tudo mais, continuam a de formas discretas, mandar pra longe.

Texto escrito por Vinícius Maranhão, do NoMuchilão... Passa lá! 

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